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terça-feira, 6 de março de 2012

Alfabetizar é ir além de ler e escrever.

É de pequena que a criança desenvolve a curiosidade em saber ler e escrever, tornando a pergunta: “lê pra mim?” famosa. E é com alegria que pais e professores acompanham os primeiros passos à escrita – reconhecendo letras, palavras e formação de frases. O processo de alfabetização da criança começa exatamente neste período e tem sua continuidade com a chegada do ano escolar.


No entanto, é preciso ressaltar que alfabetizar vai muito além da decodificação de letras, ou seja, do usual aprender a ler e escrever. É função do professor usar a metodologia da Língua Portuguesa no processo da alfabetização, orientando o aluno ao uso da escrita e leitura de modo interpretativo, para que seja possível à criança não só ler e escrever, mas compreender o que foi lido e saber fazer uso da palavra.

A este processo dá-se o nome de letramento. Ler, compreender o conteúdo, interpretar e poder discutir o tema são características de um aluno letrado. “Ao assumir estas peculiaridades, educador e aluno entram num processo interdisciplinar, no qual a criança compreende que o que aprende nas aulas de Língua Portuguesa pode e deve ser usado em outras disciplinas, ou seja, ela não vai simplesmente decorar uma passagem de História ou nomes de Geografia, mas sim, entender cada fato e interagir com o conteúdo”, explica o educador e doutorando em Educação e Linguagem pela Universidade de São Paulo (USP), José Luís Landeira.

Ao escolher a escola, é fundamental que os pais se atenham à preocupação de como é feita a alfabetização dos alunos. Segundo Landeira, que há 8 anos trabalha com formação de professores, uma boa escola é aquela que se atém na criação e preparação do conteúdo das aulas, valorizando o discurso dos alunos, explorando a criatividade e auxiliando nas expressões oral e escrita. “É preciso saber como a escola prepara o aluno para a alfabetização. É importante conhecer como é feito o uso da biblioteca e como são as aulas”, completa o educador. Atividades devidamente contextualizadas de escrita que levem o aluno a pensar sobre determinadas situações com as quais convive no dia-a-dia e a refletir para se expressar é um exemplo de aula planejada.

Exatamente por causa da falta de integração das disciplinas, é comum ouvir as crianças dizendo que gostam mais de uma ou outra matéria, fazendo uso de uma atitude compartimentada. E geralmente, ela gosta daquela em que tira as melhores notas. Respeitando as individualidades de cada um, às vezes este “não gostar” de alguma disciplina está relacionado à não compreensão do conteúdo.

Landeira afirma que as escolas estão se empenhando neste processo de integração com professores que se preparam cada vez mais. “Professor que consome leitura e faz uso da escrita é professor que pensa, constrói raciocínio e sabe defendê-los”, finaliza o educador. Por isso, é fundamental que papais e mamães incentivem a leitura de suas crianças e continuem respondendo afirmativamente à questão: “lê pra mim?”.

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